sexta-feira, 21 de setembro de 2007

DE CACHORRO, GATOS E... PAPAGAIO!

Como a grande maioria das pessoas que conheço tem sido assim. Comigo também. No meu caso, tudo começou com meu pai. Ele me deu valores, me definiu desde cedo formas de conduta. Nunca me proibiu de agir, mas sempre me mostrou claramente o que era errado. Com meu gênio "esquentado" seguidamente me envolvia em escaramuças e dele sempre vinha a reprimenda.O mais forte ensinamento recebido foi em relação à honra, à honestidade. Para ele e por consequência, para mim também, é a maior riqueza que um ser homano pode carregar, acompanhada, é claro, do conhecimento. E hoje? Bem, hoje percebo que essa história de honra, honestidade, não é bem assim. Têm-se a impressão que as pessoas estão esquecendo este fundamento básico do ser humano. Principalmente aqueles que estão galgando cargos, posições de mando e poder. Pelo jeito, para a maioria, quando se chega nesta fase, é hora de "fazer o pé de meia", mesmo que seja adotando expedientes ilegais e desonestos. E parece que isto está normal, tranformando-se numa banalização da desonestidade. Como tenho feito aqui, de uns tempos para cá, em meus textos estou procurando abolir temas como política, acontecimentos polêmicos, fatos que incomodam e preocupam as pessoas no dia-a-dia. Tenho buscado temas mais agradáveis e creio estar obtendo aceitação dos leitores. Mas hoje, sou obrigado a confessar, mais uma vez, que estou desencantado. Não vejo como pode ser diferente. Primeiro pelo que mais uma vez, os políticos sediados em Brasília, fizeram na semana passada, absolvendo o senador Renan Calheiros. Segundo pela liberação do bandido "Papagaio" para o regime semi-aberto. Essa me incomodou mais, me deixou com a sensação de que as leis que regulam estes temas estão fora da realidade. O assaltante de bancos esteve neste regime hà pouco tempo, fugiu, esteve foragido mais de 70 dias e foi capturado. Pois agora, ela já está de novo na condição de poder sair às ruas... E o que é mais intrigante: existem mais de 600 outros presos que estão aguardando este benefício antes do perigoso meliante! Confesso que não entendi. Gostaria mesmo que alguém me esclarecesse: como se pode soltar, menos de um ano depois, um assaltante de bancos que fugiu durante seu regime semi-aberto e com tantos crimes acumulados em sua vida pregressa? Diante de um fato desses a gente vai sentindo aumentar dois sentimentos que grassam hoje em dia: impunidade e insegurança. E é bom esclarecer: não estou criticando a justiça, as forças policiais e de segurança. Pelo contrário respeito-os e valorizo a função que desempenham. Todos cumprem as leis e essas, contam com mecanismos que permitiram às advogadas de Papagaio obterem este benefício através de habeas-corpus. Mas cá prá nós. hem gente: êta leizinha porca, essa! Colocar na rua assaltante de bancos que fugiu recentemente... Isso talvez venha a ser motivo de chacota no exterior, onde outros povos não entendem certas coisas que acontecem no Brasil. Esta é apenas uma "palha"... Deixo o tema para que vocês em suas casas, pensem, raciocinem e tirem suas conclusões. Para mim, está bem claro: essas leis, podem até terem sido elaboradas (e foram) por juristas renomados, mas na última e definitiva instância, foram aprovadas pelos... políticos de Brasília! E aí voltamos à eles, sempre eles... Enquanto isso, aqui em minha casa, vou me preparando para meu chimarrão matinal. Já passou das onze da manhã e definitivamente não quero me estressar com assaltantes andando soltos por aí, políticos corruptos sendo inocentados... Neste momento sou dono do mundo, sento na minha poltrona, com calma, tranquilidade. Sorvo meu "amargo " tendo ao meu lado a Brigitte, que "conversa" comigo sem poder dizer uma palavra sequer. Ela sim, atingiu a plenitude de espírito: não esquenta a cabeça com nada... Apenas emite alguns latidos para as crianças que às vezes passam correndo e gritando pela General Osório ou com os dois gatos que vivem livres nos muros das redondezas e audaciosamente chegam na porta da cozinha querendo ganhar um resto de comida... Enquanto isso, eu não sei latir, mas bem que gostaria de ter essa plenitude de espírito. Talvez seja esta uma das causas para que outras pessoas à cada dia mais descrentes, mais desencantadas, prefiram encastelar-se em suas casas, nas suas poltronas, com o poder do controle remoto á disposição! No meu blog "Transparências", aderindo às novas formas de comunicação, estou complementando este texto... Vocês poderão ver (se isso lhes interessar, é claro...) a felicidade do meu último reduto, minha poltrona, meu chimarrão, a sábia Brigitte, e os gatos - esses sim, livres e soltos! - que estão se tornando amistosos, chegando aos poucos, perdendo o medo da aproximação, deixando de serem ariscos e se aquerenciando por aqui... (Texto publicado no "Jornal de Rio Pardo", Caderno Livre Expressão, edição de 21 e 22/09/2007).
Nas fotos: acima, a esquerda, em primeiro plano, a "Akito" e atrás o "Amarelejo", gatos livres e soltos; abaixo, a esquerda, eu com todo o poder do controle remoto e ao meu lado o chimarrão; e finalmente abaixo, a direita, meu cunhado Sérgio Faleiro com a Brigite, minha sábia Poodle.

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