sábado, 13 de outubro de 2007

FRADES DE PEDRA - SÃO RAROS, MAS AINDA ESTÃO PRESERVADOS EM RIO PARDO

NAS FOTOS DESTA POSTAGEM: OS fRADES DE PEDRA, AINDA PRESENTES NA IGREJA SÃO FRANCISCO E MAIS ABAIXO, A DRA. VERA SHULTZE, ARQUITETA, RESPONSÁVEL PELO DPHARP
Um email enviado para a Redação do Jornal de Rio Pardo pela leitora Claudete Nascimento, chamou a atenção para os "frades de pedra", antigos marcos situados em determinados pontos do centro de Rio Pardo. A leitora solicitava ao Jornal que fosse
descoberto o destino dado a um antigo marco desses, que ficava na Praça da Matriz, esquina da rua Ernesto Alves com a rua Dílson C. da Rosa. Foi feito um trabalho de pesquisa pela equipe de reportagem , que pesquisou, e disso, surgiu a matéria que foi publicada na Capa do Caderno "Livre Expressão", edição de 12/10/2007 do JRP, que estou reproduzindo a seguir aqui, especialmente para os internautas que não estão em Rio Pardo e não leram esta edição do jornal.
OS FRADES DE PEDRA DE RIO PARDO
Estes marcos típicos de cidades antigas brasileiras e de colonização portuguesa, estão incorporados à paisagem urbana de Rio Pardo e muitas vezes passam desapercebidos pela maioria das pessoas. Mas certamente isso não aconteceu com a leitora Claudete Nascimento. Ela percebeu o desaparecimento de um frade de pedra (estes marcos são conhecidos também por "fradinho" ou "cabeça de frade") da esquina da rua Ernesto Alves com a praça da Matriz e levou o assunto ao conhecimento do Jornal de Rio Pardo via email. Sabendo que estes pequenos pontos são elementos históricos e integrantes de todo um conjunto arquitetônico de Rio Pardo, iniciamos levantamentos a respeito. Inicialmente, descobrimos o "desaparecimento" de pelos menos três "fradinhos": o primeito deles, graças ao alerta da leitora Claudete; o segundo por meio de um relato de um morador das proximidades da esquina da rua General Osório com a rua 13 de Maio (ponto ainda hoje conhecido por alguns como a esquina onde funcionava antigamente o Armazem de Januário Borba; e finalmente, outro (que não tem sua existência totalmente confirmada) que ficaria situado na esquina da rua Andrade Neves com a rua São Sebastião (junto a Igreja dos Passos). Além disso, conforme informações que recebemos do DPHARP (Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico de Rio Pardo) também estariam desaparecidos fradinhos nas proximidades da Igreja da Aldeia de São Nicolau. O próprio Departamento realizou diligências no local e nada encontrou. Mas, colhemos a informaçção que pelo menos um desses marcos ainda existe, parcialmente destruido e encoberto pelo tronco de uma das árvores situadas em frente ao histórico templo daquele local.
DPHARP APRESENTA LEVANTAMENTO SOBRE TODOS OS FRADES DE PEDRA DE RIO PARDO
O DPHARP (Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico de Rio Pardo), órgão vinculado à Prefeitura Municipal e que é dirigido pela arquiteta Vera Lúcia Schultze, vem realizando um trabalho de monitoramento dos frades de pedra de Rio Pardo. Nossa equipe, na busca de informações sobre o frade "desaparecido" da esquina da rua Ernesto Alves com a Praça da Matriz, entrou em contato com a Secretaria de Obras da Prefeitura que, por sua, vez, acionou o DPHARP. Alguns dias depois recebemos informaçoes da parte da dra. Vera, onde inclusive está esclarecido o destino dado ao fradinho da esquina lembrado pela leitora Claudete Nascimento. A seguir estamos reporduzinho na íntegra o texto recebido do DPHARP "O DPHARP - Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico de Rio Pardo, vem através deste documento, prestar informações sobre os "Frades de Pedra" , relatando suas origens, quantidade e localização dos remanescentes. localizados na área urbana da cidade de Rio Pardo. 1- ORIGEM: Trata-se de um marco de pedra, com diâmetro variando entre 30 e 40 cm, com altura máxima de 1,40 m.Sua introdução no Brasil, deu-se no século XVIII, inicialmente na cidade do Rio de Janeiro e, sua função principal era a de proteger as frentes das igrejas, conventos e as esquinas das principais ruas e becos, do tráfego das carroças. O nome "Frade" originou-se, pela semelhança de seu coroamento, com a cabeça de um frade (Frater), membro de ordens religiosas, que na época usavam raspar os cabelos do topo da cabeça. 2- LOCALIZAÇÃO: Em Rio Pardo, atualmente, existem 13 unidades de "Frades de Pedra", assim distribuídas: • Igreja Matriz - 04 unidades; •Igreja São Francisco -04 unidades; • Rua da Ladeira esquina com a Rua Andrade Neves - 03 unidades; • Rua da Ladeira esquina com a Rua São Francisco - 02 unidades. Sabe-se que recentemente, a unidade que existia na Rua General Osório, esquina com a Rua 13 de maio, foi destruída em acidente de trânsito, segundo informações de moradores das imediações. A unidade localizada na Rua Ernesto Alves, esquina com a Rua Dílson C. da Rosa, foi provisória e temporariamente removida para a Rua da Ladeira, junto ao seu entroncamento com a Rua Andrade Neves, a fim de promover o bloqueio do tráfego de veículos, determinação do Ministério Público Federal. Para tal cumprimento, a Secretaria Municipal de Obras e Saneamento, projetou novos frades de pedra (cujo projeto foi previamente aprovado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN), porém a sua confecção ainda não foi efetivada pelo Poder Público Municipal, devido ao alto custo para a execução das peças de arenito, as quais requerem trabalho especializado de artífices canteiros. Portanto, no momento possível, os novos frades de pedra grês, serão locados definitivamente junto à esquina da Rua da Ladeira com a Rua Andrade Neves, e a unidade da Rua Ernesto Alves, retornará para seu local de origem. Tem-se notícias da existência, no passado, de unidades localizadas junto à frontaria da Igreja de São Nicolau. Porém , no mês de dezembro passado, o DPHARP, em visita de verificação ao local, constatou a falta das mesmas e, nem mesmo informações sobre a sua localização ou época e circunstâncias de sua retirada. ", finaliza a arquiteta Vera Lúcia Schultze.

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